quarta-feira, novembro 25, 2015

Aliança do crime, de Scott Cooper **

Tinha tudo para ser um puta filme: o mesmo diretor dos excelentes “Coração louco” (2009) e “Tudo por justiça” (2013), a impressionante história real que inspirou a obra-prima “Os infiltrados” (2006) e um elenco repleto de ótimos atores. O resultado final de “Aliança do crime” (2015), entretanto, fica bem aquém dessas altas expectativas. Por vezes, até dá para sentir algumas fagulhas criativas que dão uma ideia do que o filme poderia ser, principalmente em algumas sequencias de ação e violência que mostram que Scott Cooper tem um talento natural para esse tipo de cenas. O que falta para a produção é uma narrativa equilibrada e dinâmica que consiga conciliar esses bons momentos de forma mais satisfatória. No geral, prevalece uma abordagem burocrática e despersonalizada que faz com que o filme raramente consiga despertar alguma tensão efetiva ou empatia pelas situações e personagens. O roteiro é tremendamente superficial e derivativo, além das caracterizações dramáticas do elenco serem afetadas e caricaturais. Falta uma densidade estética e temática melhor trabalhada – do jeito que ficou, parece que se está vendo um episódio qualquer daqueles programas televisivos banais sobre crimes em que a encenação parece um mero pretexto para o conteúdo jornalístico apelativo, o que acaba sendo muito pouco para um cineasta como Cooper.

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